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"Em última instância, traduz-se numa saúde mais precária"

  • Foto do escritor: José Silva Brás
    José Silva Brás
  • 7 de mai. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 14 de jun. de 2021


@projetoanemona | Centro GIS | sui generis


Na segunda parte do episódio "Acesso à saúde pela pessoa transgénero e não binária", o sui generis volta a falar das limitações no acesso ao SNS focando, desta vez, a discriminação, a falta de informação e as alternativas privadas.

O episódio de hoje conta com a presença de João Rodrigues, médico e representante do projeto Anémona, uma rede de profissionais de saúde "transfriendly" e Rita Andrade, psicóloga do centro GIS.


Pode ouvir este e outros episódios através do souncloud e do anchor.fm.


Somando aos obstáculos referidos, anteriormente, pelo GAT, no primeiro episódio do podcast Sui Generis, João Rodrigues refere a falta de informação dos profissionais de saúde como um problema sério e impactante na vida e saúde das pessoas transgénero e não-binárias. O medo de um mau acompanhamento ou o simples pensamento de sofrer discriminação são vistos, pelo recém-licenciado médico, como receios correntes das pessoas que procuram os cuidados de saúde, quer sejam primários ou para seguimento cirúrgico.


A centralização dos cuidados médicos especializados do SNS, em Coimbra, também conta para esta preocupação, uma vez que a distância pode pôr em causa o conforto e, para algumas pessoas, até a possibilidade de avançar com a transição devido à distância.

A Unidade de Reconstrução Génito-Urinária e Sexual (URGOS) é o único serviço público, em território nacional, que presta cuidados específicos no processo de reafirmação sexual de pessoas transgénero, tornando a saúde privada uma opção mais atrativa, porém mais dispendiosa.

João Rodrigues refere valores nos milhares de euros para a mastectomia, podendo atingir as dezenas de milhar no caso das cirurgias de reafirmação sexual - "Em última instância, traduz-se numa saúde mais precária", reitera.


Não coincidentemente, o projeto Anénoma nasce da necessidade que Rodrigues e outros colegas do curso de medicina, no ICBAS, sentiram de integrar os profissionais de saúde nas questões de identidade de género. O primeiro pedido chegou informalmente, diz João referindo a mensagem privada do instagram com o pedido de ajuda, de uma pessoa transgénero - por viver no interior, pedia que lhe aconselhasse um médico respeitoso mas, sobretudo, com os conhecimentos adequados às suas questões.

O projeto, lançado no fim de abril, pretende a criação de uma rede "transfriendly" de médicos de medicina geral e familiar que se disponibilizem a responder às questões das pessoas transgénero e, por isso, publicará também recomendações específicas sobre estas questões para auxiliar a consulta.


O Centro GIS é o caso de outro centro de apoio à pessoa transgénero e não-binária que também aconselha profissionais de saúde, como refere a psicóloga Rita Andrade.

Com pouca ou nenhuma relevância no currículo médico, as questões de identidade de género passam despercebidas à maioria dos profissionais de saúde, o que torna a essencial "informar, sensibilizar e educar", como refere Andrade.


 
 
 

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